sábado, 28 de janeiro de 2012

Uma das características marcantes do meu dia-a-dia é que nunca sei nada sobre nada em tempo útil mas ando há dez anos a melhorar. Bom. Isto a propósito duma ida recente à Cinemateca para especificamente rever o extraordinário e plangente “Citizen Kane”, cuja passagem naquele gostoso tugúrio soube quase em "lamine" duas horas antes do acontecimento. Well, as hipóteses de q tudo se passaria como previsto, isto é, chegar, comprar bilhete e entrar na sala sentando-me simplesmente para o ato de apreciar estão ao nível do Fidel Castro, mesmo doente, desembarcar em Miami e conquistar o poder em Washington 100 dias depois. Então estou no ato de estacionar o corpo para possuir a fita quando afinal me apercebo que a "fita" era o "isco" para ouvir um "painel". E. Que. Painel! Painel sem pés nem cabeça nem baço nem apêndice nem complexo de golgi, um painel bicéfalo de suas mercês sra. Maria João Seixas e o sr. professor doutor Campos e Cunha que foram ali falar da “crise” associada ao tema nevrálgico da “ganância” no “Citizen Kane”. É obra! Chocou-me "indeed" ao impetrar a sala o aspeto do palestrante economista, sobretudo ele. Não a sua voz, que faz vibrar a carpete sob meus pés com sílabas de um poema gasto; não a sua postura, não muito ereta, os seus ombros jogados em arranques para trás; nem mesmo a sua barba de quem lê poesia chilena. Não, não – dir-lhes-ei o que me chocou a respeito do professor doutor Campos e Cunha, mas antes um copo-d’água, sff.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012



aqui, e aqui, e aqui também. e lá, e lá. passa a mão no ar, a quarenta centímetros do carpete desolado, e diz em voz alta: bem aqui