segunda-feira, 28 de junho de 2010

O Lord:

Lord que eu fui de Escócias doutra vida

Hoje arrasta por esta a sua decadência,

Sem brilho e equipagens.

Milord reduzido a viver de imagens,

Pára às montras de jóias de opulência

Num desejo brumoso – em dúvida iludida…

(Por isso a minha raiva mal contida,

- Por isso a minha eterna impaciência).


Olha as Praças, rodeia-as…

Quem sabe se ele outrora

Teve Praças, como esta, e palácios e colunas –

Longas terras, quintas cheias,

Iates pelo mar fora,

Montanhas e lagos, florestas e dunas


(-
Por isso a sensação em mim fincada há tanto

Dum grande património algures haver perdido;

Por isso o meu desejo astral de luxo desmedido -

E a Cor na minha Obra o que ficou do encanto
…)

(By Mário de Sá Carneiro)

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