sexta-feira, 18 de junho de 2010

O RESSENTIMENTO DO ILUMINADO OU O JOÃO PEQUENO QUE QUERIA SER PREFEITO:

Hoje estou para isto. Fazer o quê? Ler este post do João Pequeno, e todos os outros que a personagem vomita, deixa-nos de carinha esquisita a dar para o pensamento. Ele, o personagem, costumadamente, brande argumentos sobre a maldade do país. Mais precisamente de um ou dois grupos. O João pequeno já viu tanta coisa, que é impossível deixar de ser cínico e tal. Ele fala como se fosse o maior pimpão dos tugas. Parece até que lutou como um herói ao lado do Constantino XI na defesa de Constantinopla. O engraçado é o tipo de histórias dele. Sempre uma bizarrice de fazer sangue que, invariavelmente, envolve ou o Sócrates, quaisquer socialistas, alguns fulanos da direita conservadora, todos, apodados de mentecaptos, jagunços, meninas-moças sonsas e até, pasme-se, o Cardeal Patriarca. Ninguém sai ileso da fúria. Ora, estamos na presença de alguém que ambiciona ser o Prefeito (entidade maligna que actuava como deus ex-machina). O tipo é um Marquês de Sade caipira a querer meter em todo o orifício que lhe cheira a merda. Pergunta-se: de onde saiu tal ave rara? O certo é que saiu para impressionar a realidade sórdida de Portugal governado à esquerda. Claro. O que só lhe fica bem e é a prova de que viu e anotou as lições do seu irmão gémeo, o próprio ET. Fingir ter altas experiências de vida que justificam um "cinismo estóico" é alta demência. Demência de rasgar dinheiro, como diria o Nelson Rodrigues. Não dá. É como ver um gordinho feioso ultra chato (Internet “dumb ass”) clamar assanhadinho contra a moralidade hipócrita da Igreja. Quando se olha para o aspecto, passa-se a entender tudo. Soa menos a “looooser” se se disser que é um tipo passado, descolado da realidade, em luta contra uma religião hipócrita. Sempre será melhor do que se dizer ressentido contra a balança, a carestia da cirurgia plástica e as mulheres que não lhe deram cavaco. Ora, a revolução mundial dos poderosos moralistas de carinha rosa sempre me chamou a atenção. Veja-se como é curiosa a relação deles com aquilo que dizem desprezar. É sempre uma combinação de ambição com impotência. Os mesmos que afectam desprezo em relação a algo esperneiam ao imaginar esse algo por perto! Afectação sempre tendo em vista um público. Não é um acaso (ou contradição inexplicável) manifestações de fricote disfarçadas de heroísmo de macho. A própria escala de valor dada às coisas está subordinada a essa relação complexa. Vou tentar dar um exemplo. Eis um tipo cheio dele mesmo que se inquieta ao ver uma barata. Qualquer um diria: "Ele dá-se a esses suores frios porque é molenga." O tipo cheio dele não pode aceitar tal juízo! Ele fica angustiado com a própria impotência. Só que é preciso salvar as aparências. O juízo daquela pessoa é tido como opinião tola. Homem com suores frios torna-se demonstração de macheza. Na verdade, uma demonstração de profunda indignação moral (contra a barata). Não interessa o número de argumentos que sustentem essa opinião. O que importa é a reviravolta valorativa do ressentido. Quanto mais ressentido, mais afectado. É uma situação que causa um desconforto perpétuo. Agora, um dos problemas fundamentais não é tanto o objecto em si. É a própria "essência" de quem o detém. Isso é uma escada para o ódio contra uma pessoa (ou um grupo). Ele passa a odiar alguém por ser quem é. O ressentido está sempre revoltado por causa dessa impotência fundamental.

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