sexta-feira, 18 de junho de 2010

O FEIO

Pessoas incrédulas marimbam-se diante de fenómenos paranormais. Eu sou um incrédulo, às vezes. A propósito, já ouviram falar de um tal relatório de uma tal comissão parlamentar? A paranormalidade da dita obra lembra que o que distingue a maioria dos órgãos colegiais neste país é a imbecilidade colectiva. Os místicos islâmicos diriam que aquele que se recusa a curva-se ante o mistério supremo de Alá acaba ajoelhado ante miúdos "djins" (forças subtis da natureza terrestre). Mais adiante. O hábito de rotular de "espiritual" tudo o que esteja para além do material e do sensível, mesmo meras forças materiais subtis que não escapam totalmente à esfera de interesse da física, reflecte a propensão de enaltecer galinhas pretas. Fenómenos como aqueles invocados pelo paranormal, extremo de uma forma de espírito, manifestam apenas aquilo que na Índia se denomina “siddhis” (poderes), e os “siddhis” não merecem mais atenção da parte dos homens incrédulos do que o processo de fabricação de botões dourados para as fardas militares. Deve ser mais ou menos por isso que os ET’s e outras coisas, como os vampiros, passaram a estar na moda também. Primeiro, o tipo deixa de acreditar em Deus. Beleza. Daí é um pulo para a demência. O feio a usurpar o seio da bela.

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