sexta-feira, 9 de julho de 2010

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Quando oiço um jovem comunista, daqueles arrogantes que brandem ambos os braços e juntam o polegar ao indicador apoiando o cotovelo para dar enlevo e força à voz pífia e à cara inexpressiva onde não entrou lâmina de barbear (ufa), a exclamar ter encontrado a solução para os males do mundo, penso para comigo: “já não constituem nenhuma novidade”. As minhas células cinzentas já estão fatigadas deste tipo de discurso de retardado, e daí, ouve um e é como se tivesse ouvido todos. Mas, depois, quando a refrega sossegou e vou para casa no 27, vejo um cartaz onde o PCP reclama ter mais mil novos inscritos. Para tudo! Penso, não posso deixar de parar de pensar, no perigo que estes pequenos ditadores representam. Não é exagero: quem como eu fez recentemente uma pós-graduação numa universidade onde o ambiente académico, sobretudo os professores, disputa as jovens cabeças com Marx e Durkheim; onde basicamente se tenta higienizar o espaço mental numa espécie de grade curricular tributária da revolução francesa; e onde se bate no ceguinho liberalismo como se o tal “outro mundo possível” tivesse sido descoberto ontem e não tivesse ocorrido, sei lá, o seu fracasso; tem que parar, escutar, olhar para um lado e outro, e, exclamar: medo!

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