terça-feira, 6 de julho de 2010

Ortodoxia e os "ismos":

G. K. Chesterton (na foto), escreveu o ensaio Ortodoxia como resposta a um desafio lançado pelos modernos do início do século XX, e a mensagem ali contida, surge-nos hoje mais do que actual. Depois de um final de século particularmente vitorioso para o capitalismo e um dealbar de século que confirma por quase KO essa vitória, vemos hoje, proliferar novamente um assanhado sentimento utópico e revolucionário - outrora exclusivo dos socialistas e comunistas. Por exemplo na internet: basta passear por certos blogues cujos autores se dizem de direita e dentro da direita se dizem liberais, e, vemos passar à nossa frente novamente a velha “ganga” de certezas inabaláveis e credos irrefutáveis; entre elas vem a certeza de que basta destruir o que existe (estado, instituições, uma golden chare, etc.) para florescer uma nova sociedade; não se cuida que tal desiderato, longe de constituir um caminho, é, ao invés, a estrada rumo ao cinismo e ao caos.

******

Ora, se de alguma coisa já podemos ter certeza é de que não há certezas que nos valham. Hoje, o traço distintivo dos seres humanos é a incerteza. Tudo é incerteza meninos! Não sejam burros e oiçam: -“ não nos é possível, de todo, ignorar a diversidade, a imensa diversidade, e, apresentar uma solução absoluta, que teria de ser imposta, ok?! Chega-nos a história do século XX como exemplo acabado e recente, dos resultados de décadas de lubrificação ideológica e revolucionária das cabeças pensadoras. Estou a falar de ideologia, utopia e revolução e não de ortodoxia, essa, a ortodoxia, continua a ser a resposta essencial ao desafio de todos os “ismos”, a começar por Kant (ou desde Kant) até agora.

Sem comentários:

Enviar um comentário