segunda-feira, 26 de julho de 2010

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Viver neste país é um acto de bravura. Todo o santo dia os portugueses são mergulhados numa indigna simulação. Engano. Intenções frustres de realidade. Ok, é certo que nos últimos trinta anos temos vivido de acordo com um modelo que não é o meu modelo e que nem sequer é já cópia fiel do modelo que o inspirou; qual manta de retalhos, necessita de ser repensado se queremos chegar ao patamar mais elementar de outras sociedades do primeiro mundo. Agora, será pedir muito aos actuais agentes do processo histórico, um mínimo indispensável de consistência, de realidade e de substancialidade? Será? Quando oiço propostas de liberalização deste ou daquele sector, é evidente que primeiro exulto, mas, depois verifico que é conversa, tudo simulação e, por isso, os únicos enfoques possíveis para estudar essas propostas são: o da psicopatologia social e o da criminologia: o primeiro porque as conexões entre os pensamentos e a realidade, entre a vida interior e exterior dos personagens, são puramente convencionais e imaginárias; o segundo, porque não há um só acto ou decisão que os proponentes possam levar adiante sem que concorra o apoio dos que se lhes opõem. E andamos, todos, numa espécie de violação das inteligências, para não dizer dos princípios elementares da moralidade. No fundo, a simples existência de um país com representantes destes, e de povo que aceita este tipo de representantes, estando na disposição de lhes dar palco, já é em si uma imoralidade, talvez um crime.

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